Fã de Graciliano Ramos equipa Fusca como biblioteca itinerante em Maceió

Mariano Alves de Oliveira aponta para uma cachorrinha preta magricela que atravessa uma das ruas do Benedito Bentes, na periferia de Maceió. "Ali vai Baleia", diz ele, em referência à cadelinha-personagem do livro "Vidas Secas", de Graciliano Ramos. Pilotando um Fusca grafite 1995 lotado de livros, decorado na parte externa com fotos e frases do autor alagoano, o pedagogo de 59 anos conduz a biblioteca itinerante até uma das escolas públicas do bairro para expor, no pátio, seu acervo literário.

De menor infrator a escritor: como a internação humanizada mudou a vida de ‘José’

As chamas de um dos colchões que pegavam fogo durante a última rebelião registrada no prédio principal da Unidade de Internação de Menores (UIM) de Maceió, no bairro do Tabuleiro do Martins, causaram efeito contrário em um dos adolescentes internos ali. “O fogo me hipnotizou. Eu tinha ajudado a causar aquela confusão e, enquanto observava as chamas, foi como se elas me falassem que se eu não mudasse, também viraria cinzas”, relembrou.

Caso Davi da Silva: a porta aberta de uma mãe que espera há seis anos pela volta do filho

“Ele me pediu a bênção, tomou café e saiu de casa dizendo que voltava logo”, recorda a vendedora de verduras Maria José da Silva, ao falar do filho Davi da Silva, desaparecido desde 2014, após ser levado por uma guarnição policial do conjunto Cidade Sorriso, bairro Benedito Bentes, periferia de Maceió. “Minha porta fica aberta porque ainda sonho em ver Davi chegando com vida"

Esgotados: reflexo da falta de saneamento básico, escavação de fossas degrada saúde de trabalhadores

Paulo Padilha Feitosa é um homem magro, de mãos calejadas e olhar afetuoso. Com 54 anos, aparenta ter mais idade por conta da vida sofrida e do trabalho árduo na profissão que garante seu sustento: cavador de fossas. A atividade surgiu na vida de Paulo pela necessidade de ajudar um parente que passava por dificuldades financeiras. Nesta reportagem, Paulo é o ponto de partida para mostrar o trabalho degradante de um exército que exerce nessa atividade histórica em pleno século 21, mas que na verdade sequer deveria existir.

Bullying: agressão invisível

Crises de ansiedade, depressão e até vontade de tirar a própria vida. A infância e pré-adolescência, que deveriam provocar saudades e lembranças boas, deixaram marcas difíceis de superar. Não é tão simples esquecer das risadas, das críticas ao cabelo, ao corpo e ao jeito tímido e diferente de ser. Os apelidos gritados pela turma ainda ecoam na mente. O abandono e a solidão na hora do recreio lhes fizeram introspectivos e reservados. O tempo passa, o agressor esquece, mas para a vítima do bullying, não há como apagar da memória. As brincadeiras que tiraram a graça de sua infância trouxeram consequências graves que ele precisa superar para seguir a vida.

Homofobia e insegurança jurídica aumentam busca do público LGBT por seguros

Não é novidade que a população de Lésbicas, Gays, Bissexuais, Travestis, Transexuais e Intersexos (LGBTTI) enfrenta dificuldades das mais diversas por conta de sua sexualidade. Dentre elas, a violência surge como ‘campeã’ disparada nesse ranking. Física ou psicológica, essa vilã é disseminada em ambientes considerados seguros por muitos heterossexuais, como o trabalho e até mesmo no convívio familiar.

Delmiro Gouveia: preservação histórica e ambiental às margens do Velho Chico

De um lado o clima desértico do Sertão nordestino, do outro, o santuário de vida que nasce das águas do Rio São Francisco. Cravada entre essas duas realidades tão distintas e a 300 km de Maceió, ergueu-se a pequena, mas forte, Delmiro Gouveia. Mesmo com o Índice de Desenvolvimento Humano (IDH) mais críticos do país, o município com pouco mais de 50 mil habitantes surge como exemplo de sustentabilidade.